Realeza dos Vampiros

Realeza dos Vampiros

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Continuação...

Olha ai pessoal!! A autora dessa historia me mandou o primeiro capitulo (lembram da postagem anterior?) Pois é. Esse é o primeiro capitulo da historia escrita por E. L. Pimentel. Gostei um pouco desse primeiro capitulo, mas seria bom ver o resto. Ela prometeu me enviar.
Então nós temos isso aqui. Aproveitem!!
Capitulo 01 – A Primeira Vez
Andar a luz do dia não era um costume para minha família. Apesar de nada nos acontecer, meus irmãos raramente saia pela manhã, o nosso problema era apenas a luz do sol, ela não nos matava, mas revelava o que nos realmente éramos, mesmo assim, meus irmãos mal saiam até mesmo quando estava nublado. Eles ainda permaneciam em seus estilos macabros, uma forma sinistra de se viver, apesar da palavra “viver” não ser uma forma correta de me expressar. Mesmo sendo fortes as marcas góticas que permaneciam em mim, sempre gostei de passear durante o dia (claro, quando estava nublado) , não descartando a hipótese de passear durante a noite, ao contrario, sempre achei muito atraente.
Mesmo querendo ser uma garota normal, nunca descartei uma boa caminhada pelo cemitério, é bem grotesco aos olhos de uma pessoal que não entende minha situação, mas a historia para mim é diferente, estar no cemitério era uma forma de me sentir um pouco “viva” e era assim que eu me sentia, era silencioso, e não existia ninguém além de mim e os... Bem, eu não gostava muito de dizer essa palavra, evitava o quanto podia não me sentia bem nem em pensar.
Eu tinha seis irmãos, duas mulheres e quatro homens, eu era a mais nova entre eles.
Morávamos em um belo castelo, na nossa querida Romênia.
Estávamos no ano de 2010, mas mesmo assim meus irmãos não deixaram de serem aqueles Nobres da corte que era há alguns séculos atrás. Sim, eu falei séculos, estamos vivos, ou melhor, existimos há vários séculos.
Somos pessoas de carne e osso, mas não somos humanos. Nossa raça existe desde o começo dos tempos, mas eu sou mais jovem, tenho apenas 450 anos, diferente dos outros.
Fui transmutada quando tinha 17 anos, jamais envelheci, permaneci jovem até os tempos de hoje.
Existir nessa época onde tudo é moderno é bem mais fácil, nós andamos entre os humanos sem ser percebidos, nossa beleza gótica atrai olhares, e pessoas ficam encantadas por nós, mas nunca sabem o que realmente somos.
Na Romênia do passado, onde vivi quando era humana era difícil esconder quem éramos todos sabiam e tínhamos que nos esconder muitos de nos foram perseguidos com tochas e queimados, hoje, isso tudo não passa de mitos, e isso é bom para nossa existência.
Minha família é rica, todos nos temos propriedades pelo mundo e subordinados que obedecem nossas ordens. Meus irmãos quase nunca saem do nosso castelo, quase nunca saem da Romênia, mas isso não era proibido, podíamos sair para qualquer lugar quando quiséssemos. Eu adorava isso.
Eu era uma garota normal, ou melhor, queria ser uma garota normal, mas não era tão simples assim, tínhamos regras, regras que deviam ser obedecidas a qualquer custo e acima de tudo.
Meu irmão mais velho, Lyons, era um tipo de mestre para nós, foi o primeiro a ser transmutado, tinha apenas 18 anos quando aconteceu hoje a idade dele é... Lyons era o irmão de quem eu menos gostava, sempre impôs regras para nossa família, regras severas, ele ainda vivia no passado e fazia questão que vivêssemos juntos com ele.
Em nosso castelo só podíamos usar trajes da nobreza antiga, eu até gostava, me fazia lembra-se da minha época, mas lembranças não me valiam de nada, só me traziam sofrimento, apesar de amar a Romênia, tinha péssimas lembranças. Todo esse tempo de existência, nem sempre foi bom, a maioria das vezes foi repleto de sofrimento. Eu ainda me lembrava de quando eu era humana.
Eu tinha um melhor amigo, ele me livrava de todo o tédio da eternidade, me compreendia, era como se ele existisse só pra me fazer feliz onde tudo não passava de uma triste época. Ele era o meu quinto irmão, Galian era o nome dele.
Galian tinha 22 anos quando foi transmutado. Para mim, ele era o único que importava, era o único por quem eu faria qualquer coisa, e ele faria o mesmo por mim, sempre me dava conselhos, que quase sempre eu não dava ouvidos, como agora.
- Tem certeza que você quer sair? Logo hoje...
- Eu não estou interessada nessa festa. – interrompi, olhei para seu rosto, Galian era muito bonito, como todos nos éramos, mas a beleza dele era um tipo especial. Seus olhos eram amarelos, o que chamava muito atenção, davam destaque a suas pupilas.
- Porque você tem que ser tão teimosa? – ele suspirou como um resmungão, aquilo me fez rir, o que não era muito frequente para mim, a não ser quando eu estava com ele.
- Porque se não fosse assim, você não iria gostar de mim. – Galian resmungou novamente, mas me deixou em paz.
- E o sol? – Galian perguntou de repente, sabia o que ele queria dizer, mas me fiz de desentendida.
- O que tem o sol? – falei sem dar muita atenção.
- Nada, não tem nada. – eu sabia quando Galian já estava ficando irritado, essa era à hora.
Joguei minha mochila nas costas e olhei para seu rosto perfeito e pálido.
- Não tente me impedir de nada. Eu posso ir onde eu quiser e quando eu quiser. – falei no tom serio, eu odiava ser grosseira com ele, mas era o que eu tinha que fazer. – E não é o fim do mundo, não vai acontecer nada, amanhã eu vou estar aqui e ninguém nem vai notar que sai.
- Tudo bem então. – Galian chegou perto de mim e me abraçou, odiava quando ele fazia esse drama todo, não era nada de mais, eu só ia passar o fim de semana em outro lugar.
Quando sai do castelo pus minha capa com capuz, óculos escuros e meus fones no ouvido também estava usando uma calça jeans folgada, eu parecia uma garota normal de 17 anos, era o que todos pensavam.
Fui direto para Londres. Eu tinha uma casa lá e era o lugar que eu mais gostava e às vezes até ficava nublado e dava para sair sem óculos e capa.
Hoje era um dia que estava nublado. Olhei-me no espelho do banheiro, meus olhos verdes estavam brilhando, eram de um tom verde musgo, as olheiras permaneciam como marcas que marcavam toda minha existência, meus cabelos lisos e pretos escorriam por minha testa, joguei-os para trás, a única coisa que tinha cor no meu rosto eram meus lábios avermelhados, o resto não passava de uma beleza morta.
Não havia muito que fazer ali, eu não tinha amigos, não conhecia ninguém, mas o simples fato de ter saído daquele castelo já era alguma coisa.
Existir nessa época era bom, fácil, mas não podia deixar de esquecer que eu não pertencia a esse lugar. Sentia-me uma estranha em um lugar onde não conhecia nada nem ninguém. Meu coração parará de bater a muito tempo, mas às vezes era como se ele batesse em meu pensamento, eu até podia sentir.
Olhei pela janela, todas aquelas pessoas passando lá em baixo, elas tinham uma vida normal, tinham preocupações pacatas, era pessoas hipócritas, eu tinha inveja delas. Mal sabiam em que mundo vivia, o que os cercavam, e era por isso que mantemos a ordem, nosso segredo. Se as pessoas soubessem de nossa existência, seria um caos, seria como antes, muitas mortes. Muitos iriam querer ser como nos, outros iriam repugnar a idéia. Então era melhor permanecerem no escuro, sem saber de nada, eu queria ser assim.
Os humanos eram importantes para nós, eles tinham uma coisa da qual precisávamos. Eu podia sentir aquele cheiro, era saboroso, era tudo que precisávamos para existir. Sangue.
O sangue dos humanos era nosso alimento, a força vital da qual precisávamos, mas não tínhamos. Então tínhamos que roubar, tomar o quanto necessário, não era correto, mas era preciso.
Alguns de nos preferia se alimentar de sangue de animais, mas não era suficiente para existir por toda eternidade. Eu era uma dessas pessoas.
Contentava-me com sangue de animais, mas eu estar perto de humanos era perigoso. Certamente eu os mataria como já havia feito em outros tempos, meus irmãos sendo da nobreza jamais tocariam sangue de animais em seus mórbidos lábios, e seria ultrajante aos olhos deles saberem que eu tocava.
Deitei-me no sofá, não gostava de ficar sozinha, mas também não gosta de ficar na companhia de alguém, era uma coisa que eu não entendia em mim, queria que Galian estivesse aqui, era o único que amenizava um pouco o tédio que me roia por dentro.
Senti um cheiro estranho que me fez saltar do sofá, eu conhecia aquele cheiro. Seria possível ser quem eu estava pensando? Encostei-me à porta e senti-o do outro lado, ele nem precisou bater, sabia que eu abriria a porta antes mesmo de fazer isso.
- Edmund Scar. – felei. Edmund era um tipo de guarda-costas de Lyons. Ele não era tão pálido como nos, pois ainda era muito jovem, tinha apenas 150 anos, foi transmutado quando tinha 25, era apenas um ex- novato.
- Você esta muito longe de casa, sabia? – ele falou. – Posso entrar?
- Não, e diga a Lyons que eu estarei em casa amanhã.
Edmund ignorou minha resposta e entrou, apesar de ser um idiota que existia para me perseguir, ele não se comparava a Lyons em questões de dar ordens.
Ele virou-se para mim, como se agora estivesse falando serio e disse:
- Lyons quer que você compareça ao baile de hoje.
- Eu não vou.
- Não é um pedido, é uma ordem.
- E quem você pensa que é para me dar ordens? – pulei e segurei seu pescoço, senti o medo nele, ele sabia que não podia comigo, eu era muito mais forte que ele.
- Apenas estou cumprindo ordens que foram dadas a mim. – ele falou e me empurrou com uma mão, ele estava muito tranqüilo, parecia estar... Sei lá, se divertindo com aquilo tudo.
- É melhor você ir embora, se não quer que eu lhe arranque a cabeça agora mesmo. – falei ameaçadora.
Edmund saltou tão rápido para cima de mim que mal pude me desviar, ele me segurou contra a parede, segurava apenas meus braços, não me movi, mas encarei-o e percebi o quanto ele queria provar ser forte.
- Não pense que só por você ser superior a mim você possa fazer algo contra mim, eu já provei ser forte, tanto que faço parte da guarda do mestre Lyons. Eu não sou o único que deseja te matar.
Essas últimas palavras foram confusas para mim, mas não iria entrar em questão, essa conversa já estava indo longe demais. Empurrei-o com facilidade, apesar de ele parecer um pouco relutante se afastou.
- É melhor você voltar para seu mestre. – falei. Edmund saltou em cima da minha janela me dando as costas, mas antes de sair ele se virou para me passar uma ultima ameaça:
- Não pense que isso vai ficar assim, eu terei minha oportunidade contra você.
- Isso é uma ameaça? – perguntei, tentando parecer irreverente.
- Uma garantia. – ele deu um ultimo sorriso e saltou. Claro que ninguém poderia o ver saltando por minha janela, apesar de ser um mero ex-novato ele já era muito veloz para sua idade.
Deitei-me no sofá, já escurecia lá fora, o ar noturno entrava por minha janela e cobria todo o ambiente, tudo era tão deprimente, não tinha vontade de fazer nada, isso era o mal de existir por toda a eternidade, o tédio.
Sai para dar uma volta, queria caminhar, a noite estava mais escura do que de costume, no céu não havia nenhuma estrela, poucas pessoas passavam pela rua. Foi quando um forte vento bateu em meu rosto fazendo meus cabelos esvoaçarem e então eu senti.
Era o cheiro mais delicioso que já havia sentido, todo o meu corpo se arrepiou, eu jamais sentira aquilo. O cheiro me puxou de uma forma que era como se eu não tivesse vontade própria, era como se estivesse me dominando por completo, fui seguindo aquilo que era uma delicia aos meus olhos e então parei, de frente para um cemitério.
Os portões do cemitério estavam fechados, mas isso não foi problema para mim. Quando entrei percebi que o cheiro ficava mais forte e mais irresistível e então me deparei com uma cena repugnante e ao mesmo tempo convidativa. Dois homens seguravam um lindo garotinho que chorava, um dos homens havia cortado o braço do menino e o sangue escorria devagarzinho, o outro expôs seus caninos prontos para sugar o sangue e eu sabia o que aconteceria se eu permitisse que ele fizesse isso, o garotinho morreria.
Ter contato com humanos era inadmissível, o que diriam de salvar um. Esse era o meu problema, pois aqueles não eram homens comuns, eles eram vampiros, novatos é claro, mas eram mais fortes que humanos.
Senti novamente o cheiro que me fez tremer novamente, era o sangue do garotinho que ali estava prestes a morrer. Uma onda de excitação percorreu todo o meu corpo, eu queria atacá-lo, queria fazer parte daquilo junto com aqueles homens, mas não era a coisa certa a fazer e com bastante esforço consegui dar um passo na direção deles.
- Fiquem longe desse garoto. – grunhi para eles, que olharam assustados, mas depois começaram a zombar de mim.
- O que uma bela damazinha esta fazendo no cemitério sozinha há essa hora? – o que estava com os dentes a amostra falou e outro deu uma gargalhada estridente.
Pulei em cima de um deles e o agarrei pelo pescoço, o outro fez um movimento para me atacar, mas nessa hora ele realmente olhou para meu rosto e percebeu a diferença, então eles viram quem eu realmente era.
- Uma... Uma imortal. – falou o que estava prestes a me atacar e imediatamente se ajoelhou e me reverenciou.
- Infelizmente para vocês. – não dei tempo para que falassem, fiz os dois virarem cinzas ali mesmo. Novatos eram fáceis de matar, era quase como humanos, a diferença era que esses inúteis se alimentavam de sangue como todos os outros de nossa espécie e tinham um pouco de força, sua velocidade também não era muita, e também tinha um pouco de beleza, mas não como nos imortais.
Olhei ao meu redor e vi o garotinho encolhido perto de um tumulo, me aproximei dele e me esforcei para não sentir o cheiro do sangue que saia dele. Era tão difícil que eu mesma não estava me reconhecendo, nunca havia acontecido, eu lutava contra isso e nesse momento o que eu mais queria era matar aquele garotinho e beber todo o sangue dele.
Abaixei-me e pus a mão tremula em sua cabeça.
- Você esta bem? Como é seu nome? – perguntei e então ele me olhou, deveria ter apenas oito anos, seus cabelos eram lisos e bem pretos, seus olhos era de um azul da cor do céu.
- Ryan Gray. – ele gaguejou.
- Seu nome é diferente, mas é bonito. – falei e sorri.
Ele me olhou com seus olhos arregalados e por um momento tive a certeza de que ele estava assustado, mas depois percebi que aquele olhar era de pura gratidão e então ele desmaiou.
Naquele dia levei aquele menino para o hospital, ele tinha oito anos e realmente se chamava Ryan Gray, era um nome bem diferente, mas era bonito. Fui embora e o deixei lá. Aquela foi a primeira vez que o vi, mas não foi a ultima.
Mas antes que eu me esqueça deixe-me apresentar, meu nome é Muriella Wondaime, 17 anos (450), Vampira.
O que acharam?

2 comentários:

  1. Adorei!!!!!!! Muito bom!!! Eu também escrevo, legal encontrar gente tipo eu! Oi Riley estou retribuindo a visita, sou do Fallen, seu Blog também é muito massa!

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  2. Ryley eu vou ser sincera, ok? Seu blog é bem feito, template e tudo mais, mas eu não li esse texto, não gosto de dizer hipocritamente que adorei ou achei legal um texto sem ter lido, eu achei muito grande para um blog, mas eu posso voltar e ler outro dia, pois os melhores textos não podem ser julgados pelo tamanho.

    http://www.pequenosdeleites.com.br

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